Ex-prefeito e esposa são presos em Estrela do Norte; júri é anulado
Wellington José foi reconduzido a carceragem e sua esposa Elaine Cristina foi encontrada nas mediações do presídio de Uruaçu

O ex-prefeito de Estrela do Norte Wellington José de Almeida e a esposa dele, Elaine Cristina Vaz, foram presos nesta terça-feira (4) após o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) anular o júri que havia condenado Wellington a 16 anos de prisão e absolvido Elaine pelo assassinato do também ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho em 2015. A decisão de refazer o julgamento foi tomada após a Justiça constatar que jurados teriam sido indevidamente influenciados antes da sessão.
De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPGO), os acusados e seus advogados mantiveram contato com jurados sorteados para o júri realizado em novembro de 2024. A prática é proibida e considerada uma violação grave das regras do Tribunal do Júri, o que levou à anulação por unanimidade na 1ª Câmara Criminal do TJGO.
Com a anulação, um alvará de soltura chegou a ser expedido para Wellington, mas o MPGO solicitou imediatamente a prisão preventiva dele e de Elaine, alegando risco de novas tentativas de interferência no processo. Os dois foram presos logo em seguida. Wellington foi reconduzido à custódia no momento em que saía da prisão e Elaine detida em Uruaçu. A medida foi determinada pelo juiz Thiago Mehari.
Crime planejado
O crime aconteceu em 1º de outubro de 2015, em um motel na zona rural de Mara Rosa, às margens da BR-153. Segundo a acusação, a vítima — o ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho, conhecido como Curica — foi atraída ao local por Anésia Xavier, cunhada de Wellington, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal, e executada com oito tiros disparados a curta distância.
A promotoria afirma que o crime foi premeditado. Elaine teria planejado a emboscada, monitorado a vítima e auxiliado na fuga, enquanto Wellington e o irmão dele, Waldivino José de Almeida (já condenado e preso), seriam os autores dos disparos.
O caso será julgado novamente, em data a ser definida pelo juízo de Mara Rosa. A nova sessão será realizada com outro grupo de jurados.
O Mais Goiás não localizou a defesa dos investigados para falar sobre a decisão da Justiça até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.