Brigitte Macron: de professora a primeira-dama da França e alvo de ataques de Bolsonaro
Brigitte voltou aos holofotes ao ser filmada dando um tapa no marido Emmanuel Macron

Brigitte Macron, a primeira-dama da França, voltou aos holofotes nesta segunda-feira (26) depois que um vídeo em que ela parece dar um “tapa” no rosto do marido, Emmanuel Macron, viralizou nas redes sociais [assista aqui]. O episódio aconteceu durante a chegada do casal ao Vietnã. A cena rapidamente se espalhou pelo mundo e reacendeu a curiosidade sobre quem é Brigitte Macron, que já foi professora do presidente da França e também alvo de ataques de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil.
O vídeo mostra o momento em que Brigitte, de casaco vermelho, toca o queixo de Macron, que parece desconcertado. A presidência da França minimizou o episódio, chamando de “briguinha” e alegando que foi apenas um momento de descontração. Ainda assim, o próprio Emmanuel Macron precisou se pronunciar para tentar encerrar a polêmica.
Essa, porém, não é a primeira vez que a vida pessoal da primeira-dama da França ganha destaque no noticiário mundial. Desde que Emmanuel Macron foi eleito presidente, em 2017, Brigitte Macron enfrenta teorias conspiratórias, inclusive transfóbicas, que circulam nas redes sociais. Em 2023, duas mulheres foram condenadas na França por espalhar fake news alegando que ela seria, na verdade, uma mulher trans chamada Jean-Michel.
- França nega que Macron estivesse com cocaína em viagem à Ucrânia
Brigitte Macron X Jair Bolsonaro
Além disso, Brigitte Macron já esteve no centro de uma polêmica internacional envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, Bolsonaro comentou, de forma desrespeitosa, um post que comparava a aparência de Brigitte com a de Michelle Bolsonaro, então primeira-dama do Brasil. Na época, Bolsonaro respondeu: “Não humilha, cara. kkkk”, em uma publicação que sugeria que a suposta perseguição de Macron a Bolsonaro teria motivação pessoal.
A declaração viralizou e gerou forte repercussão, inclusive com resposta de Emmanuel Macron, que afirmou:
“O que posso dizer? É triste. Penso que as mulheres brasileiras, sem dúvida, têm vergonha de ler isso de seu presidente. Como tenho grande amizade e respeito pelo povo brasileiro, espero que eles rapidamente tenham um presidente que se comporte à altura.”
A própria Brigitte Macron também se manifestou, em português, agradecendo as mensagens de apoio dos brasileiros. A hashtag #DesculpaBrigitte ficou entre os assuntos mais comentados do país.
De professora a primeira-dama da França
O relacionamento de Brigitte Macron e Emmanuel Macron sempre chamou atenção pelo fato de ela ser 24 anos mais velha que ele. Eles se conheceram quando ele tinha apenas 15 anos e ela era sua professora de teatro na cidade de Amiens, na França. Aos 17, o jovem Macron declarou: “Vou me casar com você, não importa o que aconteça.”
Na época, Brigitte, que se chamava Brigitte Trogneux, era casada, mãe de três filhos e herdeira de uma tradicional fábrica de chocolates. O casamento com Emmanuel Macron só aconteceu muitos anos depois, em 2007, após ela se divorciar do primeiro marido.
O casal enfrentou resistência, inclusive dos pais de Macron, que chegaram a mandá-lo estudar em Paris para afastá-lo da relação. Mesmo assim, eles mantiveram contato e seguiram próximos.
O que reaproximou de vez os dois foi um convite de Emmanuel Macron para que ela o ajudasse na adaptação de uma peça de teatro, “Jacques e seu amo”, de Milan Kundera.
- Lula e Macron manifestam preocupação com política da Meta
Papel ativo ao lado de Emmanuel Macron
Ao longo da trajetória política do marido, Brigitte Macron se afastou da carreira como professora e ou a ser uma das principais conselheiras de Emmanuel Macron. Durante a campanha presidencial, ele deixou claro que ela teria um papel ativo em seu governo:
“Quando nós formos eleitos, ela estará lá. Ela terá um papel, uma presença, uma voz. Sempre esteve ao meu lado e continuará estando.”
O casal, no entanto, sempre foi alvo de críticas, piadas e até ataques da extrema direita sa. Durante um debate, a adversária política Marine Le Pen ironizou o relacionamento dos dois, dizendo: “Vejo que está tentando jogar de professor e aluno comigo, mas essa não é a minha.”
Além dos episódios públicos, a família de Brigitte Macron também foi alvo. Em 2023, ela denunciou um ataque contra um sobrinho-neto, espancado na porta da loja de chocolates da família, em um episódio com possível motivação política.